Hoje, passeando com um amigo, num
bairro lisboeta, perto de uma biblioteca municipal, encontro numa passagem,
aberta ao público, o que parecia um comício político com algumas dezenas de
pessoas.
Lembrei-me daquela brincadeira de
jovens em que numa reunião se grita: “ hó maluco!” e quando vários se voltam,
responde-se: “ só chamei um”.
Vai daí, de passagem, grito bem
alto: SÓ MALUCOS !
Todos se voltam, mas apenas um
careca, vem ter comigo todo resoluto:
- Então pá? Que é isso? Humm?
Respondo:
- Não foi a todos vocês.
Aceita: - Então está bem!
Continuei o passeio e comento com
o meu amigo que diz:
- Serviu-lhe a carapuça.
Ri a bem rir, em altas
gargalhadas. Despedimo-nos e continuei e pensar no assunto e a rir sozinho. Enquanto
cominhava, olhava para pessoas desconhecidas e vinha-me aquela vontade de rir.
Pensava: - “SÓ MALUCOS” e repensava “... só o careca
conhecia a sua verdadeira condição, os outros nem sequer sabiam que o eram...”
e ria.
Sem saber como tinha-me
apercebido que era um comício do Partido Socialista, mas não tinha a certeza;
queria saber, voltei para trás, queria certificar-me, queria perguntar a alguém
desse comício se era na realidade do Partido Socialista.
Volto ao recinto e dirigi-me a
três homens que ali se encontravam:
- Vocês são do comício?
Responde um: - Somos, mas não
somos os malucos!
Ri à gargalhada “... - são os
outros.” e fiz mais perguntas:
- São do Partido Socialista? De
que facção?
Responde: - Sim! Das mulheres
socialistas!
- Mas,...
- São todos homens!?!? Exclamo em altas gargalhadas. Dia 3 de
Setembro de 2014